domingo, 23 de outubro de 2011

Esporte deveria ser atalho para a saúde

Continuamos a nos comover com as mortes de jovens aparentemente saudáveis durante atividades esportivas que são um triste paradoxo. Apesar de ser rara, a morte súbita em atletas causa um grande impacto emocional em toda a sociedade, principalmente quando a vítima é um atleta jovem, as repercussões sociais são imediatas na maioria das vezes, é preciso cuidar para que outros jovens atletas e suas famílias não se afastem do esporte, pois esta não seria a melhor opção.
Essa semana todos os amantes do esporte da cidade de João Monlevade se questionam sobre o que teria acontecido com o nosso jovem atleta Diego, garoto amante inquestionável do esporte, com bola sempre foi sua paixão e mais recentemente o atletismo. Tive a oportunidade de conviver alguns anos com essa figura amável, um garoto sensacional, simples e grandioso pela sua dedicação com a mesma humildade independente do resultado. Desportistas como Diego sempre vão deixar saudades, como diziam as crianças da escola “aquele grandão faz gol demais” rsrsrs... Sua eterna contagem de medalhas também vai fazer falta, jamais me deixava passar por ele na rua sem me cumprimentar e me dizer como estavam as conquistas de suas medalhas. Como me emociono ao pensar nesses momentos e me questiono sobre como situações como esta poderiam ser evitadas? Melhor estrutura nas organizações de eventos? Maior e melhor acompanhamento dos serviços de saúde, talvez um acompanhamento diferenciado a esses que se dedicam gratuitamente a elevar o nome da nossa cidade.
É preciso rever algumas questões!
Sei claramente independente de Prefeito, de partido, da dedicação inquestionável do Prof. Wagner Moreira (coordenador da secretaria de esportes) na verdade ele deveria ser o secretário, se não fossem as questões do partido, deveria ganhar muito mais do que ganha por tamanha dedicação, mas isso é outra discussão, para outros amigos blogueiros.  
A dedicação dos técnicos, das equipes de apoio, é outro ponto que não pode ser questionado, mas é preciso pensar em ampliar o leque de ofertas a esses “meninos”, as estruturas dos espaços para treinamento, capacitações aos técnicos e atletas, mas um melhor controle da saúde deles é algo que me incomoda há anos. Seguramente, somente a avaliação médica competente de pré-participação pode detectar os possíveis problemas cardiovasculares de risco para morte súbita na prática físico/esportiva. Difícil pensar nisso em um país como o nosso? Impossível pensar nisso em uma cidade que passa por tantas dificuldades na administração dos recursos públicos, por incontáveis e injustificáveis motivos; crise, inexperiência, falta de recursos? Saúde pública em nosso país é um problema eterno, mas os nossos desportistas precisam melhor amparo antes que outros jovens se afastem ou estejam submetidos a situações de risco na sua prática inocente. 
As principais causas apontadas pela literatura especializada são as cardiovasculares e as traumáticas. A avaliação clínica especializada de um atleta antes da participação esportiva pode contribuir para detectar alguns fatores de risco e, nestes casos, uma avaliação cardiológica mais completa se faz necessária. A prevenção da morte súbita em atletas jovens pode ser possível com uma adequada abordagem médica profissional nestes indivíduos. Segundo Baptista et al. (2008) faz-se necessário um maior envolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, Sociedade Brasileira de Cardiologia e outras sociedades interessadas na elaboração de um protocolo, a nível nacional e compromissado com a nossa realidade, voltado à população de crianças e adolescentes para uma prática esportiva segura e tão necessária, servindo como base e anteparo de orientação ao profissional envolvido. Sabe-se que, a longo prazo, o sedentarismo mata mais do que a prática esportiva, portanto, é necessário incentivá-la já na infância e de forma saudável e segura, para que aqueles nesta população, com aptidão esportiva definida para determinada modalidade ou esporte competitivo, sejam encaminhados a profissionais devidamente capacitados. Vale sempre ressaltar que a prática de esporte deve ser o caminho para uma vida melhor, e não um atalho para a morte. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O primeiro passo...

Falar sobre a apresentação da ciência do esporte é falar uma multiplicidade de conteúdos onde se apresenta uma diversidade de profissionais ligados a ampliação das analises e estudos do esporte e suas representações na nossa sociedade; a Educação Física, a fisioterapia, medicina do esporte, psicologia do esporte, nutrição e recentemente temos visto a presença cada vez mais constante do profissional em estatística nas equipes desportivas. Brochado (1995) menciona que devemos considerar o processo de desenvolvimento da ciência, que no passado e na atualidade, tem se mostrado como um processo de diferenciação e especialização crescentes, tanto no que se refere à determinação do objeto, quanto à metodologia. Como decorrência deste processo, as ciências individuais em diferenciação se apóiam cada vez mais umas nas outras, dependendo, portanto, cada vez mais, umas das outras. No Brasil encontra-se amparada pelo Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte. Criado em 1978, o CBCE é uma entidade científica que congrega pesquisadores ligados à área de Educação Física/Ciências do Esporte. Além do CBCE, outras entidades têm dedicado seu vasto conhecimento e credibilidade as ciências do esporte entre essas merece destaque os trabalhos desenvolvidos pelo CELAFISCS com reconhecimento internacional pelos seus estudos e publicações.
O esporte acompanha as transformações que ocorrem na sociedade, refletindo em seu ambiente os avanços científicos, tecnológicos e os valores criados e desenvolvidos pelos indivíduos. Segundo o Barão de Coubertin a “busca do perfeccionismo” é essencial, conhecer o limite que se apresenta no momento em que ele é vivido, para poder superá-lo adiante, é uma constante nas narrativas de atletas sejam eles de final de semana ou de alto rendimento.  A intenção aqui não é confundir ou mistificar, apenas definir esporte de modo que ajude a entender sua relação com a vida social.  Vou procurar discutir o esporte seus benefícios, seus malefícios. Tema tão discutido entre alguns estudiosos da área, principalmente no ambiente escolar, muito bem esclarecido para alguns nem um pouco para outros.
A intenção na criação do blog é a possibilidade de democratizar e ampliar as discussões em torno das temáticas com o objetivo de levar e buscar o conhecimento a diferentes locais, pois se algo que tive a verdadeira certeza junto a meus ex-professores Cubanos é de que o conhecimento é universal e ele não pode jamais estar contido em um só local, ele deve ser constantemente expandido e que toda e qualquer dúvida sempre pode gerar novos conhecimentos. Espero que neste espaço possa ter a presença de colegas de profissão, ex-alunos, alunos e todos aqueles que acreditam que a atividade física pode ser capaz de tornar as pessoas melhores não só no aspecto biológico, mas acima de tudo no social.
SEJAM BEM VINDOS!!!

“A pesquisa não é a única forma de evolução do conhecimento, mas sempre que uma dúvida surgir devemos recorrer a ela para a solução do problema ou transmissão de um pensamento.” (Nelson Prudêncio, 2006)

Como ler mais sobre:
BROCHADO M.M.V. Ciência do esporte – Unidade, diversidade, integração. Motriz – Volume 1, Número 1, junho/1995


PRUDÊNCIO, N. Salto Triplo: O Sistema de preparação do desportista – Da detecção a promoção do talento. 2006. 193f. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.

Quem sou eu

Minha foto
Formado em E.Física pela U.F.V.(95), especialista em treinamento desportivo (UGF/02), Mestre en ciencia del deporte (Facultad de Cultura Fisica de Matanzas-Cuba/2011). Apaixonado pelos estudos e investigações que envolvem as Ciências do esporte. Coordenador Técnico da Bioforma Academia & Personal Trainning ( João Monlevade). Professor da E.M. Cônego J. Higino de Freitas.